A cauda

Escritórios exclusivos rebrilham na solidão das nuvens

enquanto gravatas edificadas martelam telemóveis

à sombra gherkiniana do cash flow.

Em baixo, por entre as peles de pettycoat lane,

ganho nacionalidade de vespa.

Dentes macios sorriem

no mercado de prejuízos arredondados.

Na penumbra do semáforo,

de boris bike no bolso,

relembro a esperança que pedala adiante,

e que ultraleve ultrapassa a poluição

e sobe aos últimos andares do Nido

e desce em desatino até ao capacete.

Reparo que pedalo em unísono

com a sua cauda brilhante.