Tuesday 24 August 2010

pequeno intróito 1

Quando nasci, faltavam 11 dias exactos para o Roberto Saviano existir. Eu era do tamanho de um frango (oh filha, cabias numa telha), e podia ter sido comida num qualquer Treze (nunca Catorze, jamais Doze, amigas), mas pouparam-me. À última da hora, as três escolheram lulas, e aí eu tive que nascer. Eu mesma me encontrei já na passagem a outra condição num hospital de província, desviando-me desse centro imaterializado. Por causa de apetites, deixada de fora. Dando um salto que um dia acabará em mortes. Nascendo ao lado do antes, cabelos da testa direita ensaiando caracóis, mas não mais que ensaiando, e o resto cabelos lisíssimos. Nascida também em plena era Pintasilgo, mas tendo que esperar bastante até saber de uma Maria de Lurdes que mandava, mas que , contrariamente à minha mãe, também escrevia prefácios (nunca lidos pelo Saviano). Centros dentro de centros e margens dentro de margens e o mundo no meio de tudo isto. Até uma pessoa endoidecer.

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